Indicação cinema: O Rei Leão
O Rei Leão, da Disney, dirigido por Jon Favreau, retrata uma jornada pela savana africana, onde nasce o futuro rei das Terras do Reino, Simba. O pequeno leão que idolatra seu pai, o Rei Mufasa, é fiel ao seu destino de assumir o reinado. Mas nem todos do reino pensam dessa maneira. Scar, irmão de Mufasa e ex-herdeiro do trono, tem seus próprios planos. A batalha pela Pedra do Reino é repleta de traição, eventos trágicos e drama, o que acaba resultando no exílio de Simba. Com a ajuda dos seus novos dos amigos, Timão e Pumba, Simba terá que crescer e voltar para recuperar o que é seu por direito.
Como foi feito
O longa foi "filmado" exatamente como um longa-metragem convencional, mas em um set inteiramente gerado por realidade virtual. Assim, o diretor e sua equipe usavam dispositivos de VR para "entrar" nos cenários e escolher os ângulos e movimentos de câmera necessários para cada cena. "Escolhemos esta técnica para fazer com que um filme animado pareça live-action. Ao invés de alguém sentado no computador programando, temos uma equipe de verdade que 'entra no set' e interage com a cena, tomando decisões de câmera que teríamos que tomar em um set de filmagens normal", explica Favreau.
Evolução tecnológica Em 2016, Favreau já havia sido elogiado por sua inovação técnica na versão live-action de "Mogli: O Menino Lobo", mas seu novo filme tem uma diferença crucial em relação ao anterior. Enquanto "Mogli" contava com o ator Neel Sethi no papel título, "O Rei Leão" não tem absolutamente nenhum elemento que não seja animado.
"Após remover o único elemento físico de Mogli, não ficamos mais presos a uma tela verde, ou à operação de câmeras de verdade. Tudo se tornou virtual. Nós basicamente criamos um jogo de realidade virtual exclusivamente para a produção deste filme", contou o cineasta.
"Eu acho que este filme é a culminação de todos os remakes recentes da Disney. A ideia é pegar estes personagens e estas músicas, e reinventá-los para uma nova mídia, apesar de se manter fiel ao espírito do original", disse ainda.
"Quando vi o resultado das nossas primeiras cenas de 'O Rei Leão', percebi que a nova tecnologia nos ajudaria a separar o novo filme do antigo, mas mantê-lo conectado às origens", completou.
Vozes
Critica
O Rei Leão, da Disney, dirigido por Jon Favreau, retrata uma jornada pela savana africana, onde nasce o futuro rei das Terras do Reino, Simba. O pequeno leão que idolatra seu pai, o Rei Mufasa, é fiel ao seu destino de assumir o reinado. Mas nem todos do reino pensam dessa maneira. Scar, irmão de Mufasa e ex-herdeiro do trono, tem seus próprios planos. A batalha pela Pedra do Reino é repleta de traição, eventos trágicos e drama, o que acaba resultando no exílio de Simba. Com a ajuda dos seus novos dos amigos, Timão e Pumba, Simba terá que crescer e voltar para recuperar o que é seu por direito.
Vendido como um live-action sem humanos, o novo O Rei Leão bebe diretamente da animação clássica para surpreender pelo aspecto técnico. De uma exuberância visual impressionante, é incrível acompanhar tantos e variados animais recriados nos mínimos detalhes, de forma que o espectador não tenha a sensação de ver em cena uma nova animação, potencializada com o que há de mais moderno nos efeitos especiais. Por mais que tenha ensaiado tal proposta em Mogli - O Menino Lobo, Favreau aqui encara um desafio maior por não ter a presença humana como fio condutor da narrativa, precisando demonstrar as necessárias emoções decorrentes da história apenas através dos animais. Este, no fim das contas, é também seu calcanhar de Aquiles.
Há no fotorrealismo uma limitação inerente não à tecnologia, mas à própria biologia: a impossibilidade de criar personagens tão expressivos, sob o risco de perder o princípio básico (e buscado) da veracidade. Sob a sombra constante da animação clássica, que contava com personagens extremamente carismáticos, tal comparação prejudica a nova versão não exatamente por ser inferior, por mais que seja, mas pela proposta diferente. Aqui, as emoções são trazidas através de sutilezas: um realçar de sobrancelha, um franzir de testa, um leve movimento de cabeça. Detalhes que, uma vez mais, impressionam pelo apuro técnico mas, inevitavelmente, trazem também uma certa frieza.
Neste aspecto, é curioso notar como este novo filme dialoga, o tempo todo, com a animação clássica. Se a comparação lhe é prejudicial pelo aspecto da emoção e também ao charme intrínseco à animação 2D, em várias cenas a lembrança do original auxilia pela nostalgia. É como se o jogo já estivesse ganho, graças aos momentos tão conhecidos que vêm à memória de imediato - uma tática que tem sido explorada com habilidade pelos live-actions de animações clássicas da Disney, diga-se de passagem. Como não abrir um sorriso ao ouvir "Hakuna Matata", por exemplo? Ou antever o peso do que está para acontecer quando Simba se vê amedrontado em meio a um estouro de animais? Impossível.
Também por isso, são mínimas as mudanças feitas neste filme em relação ao original, por mais que haja 29 minutos a mais. As mais relevantes são a existência de uma líder das hienas e a aparição do cajado de Rafiki, no mais o tempo extra é gasto em sequências visuais mais alongadas. Não por acaso, Favreau busca enquadramentos que a todo instante remetam à animação clássica, em busca do saudosismo dos fãs. A única surpresa de fato vem através da ótima brincadeira com "Be Our Guest", icônica canção de A Bela e a Fera.
Critica Via Adoro cinema
18 de julho de 2019 / 1h 58min / Aventura, Animação, Família
Direção: Jon Favreau
Elenco: Ícaro Silva, Glauco Marques, Ivan Parente
Nacionalidade EUA