Cresce a 'epidemia de abandono' de animais na pandemia da Covid-19
Segundo a Prefeitura, estima-se que há cerca de 14 mil animais largados pelas ruas e praças de Cuiabá
Os casos de abandono e maus tratos de animais têm se intensificado neste momento de pandemia da Covid-19.
De acordo com a Diretoria de Bem-estar Animal de Cuiabá, estima-se que há cerca de 14 mil animais largados pelas ruas e praças da Capital.
Atualmente, o órgão municipal promove a adoção responsável de cerca de 25 bichinhos, que estão aguardando por um novo lar.
Conforme a diretora Saula Saula Ouverney, o cálculo para estimativa da quantidade de bichos abandonados é feito com base em informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ele funciona da seguinte forma: em cidades de grande porte, calcula-se que, para cada cinco habitantes, há um cachorro.
A partir desta projeção, em Cuiabá, uma cidade de 700 mil habitantes, teríamos então 140 mil animais domésticos.
Deste montante, a estimativa é de que 10% deles estejam abandonados, ou seja, na realidade de Cuiabá, teríamos 14 mil animais abandonados.
Por isso, conforme Saula Ouverney, a atuação da “Bem-Estar” sempre foi pautada na educação da população para o cuidado com os animais, pois esta é a principal ferramenta para se combater o abandono e, consequentemente, desafogar a estrutura de abrigamento e atendimento médico desses bichinhos.
“Temos gatos e cachorros, todos muito carinhosos, de variados portes físicos, só aguardando por um lar em que possam retribuir afeto e atenção. A maioria já sofreu muito por maus tratos, mas foi resgatadas e cuidada pelos nossos profissionais servidores e parceiros. Agora, precisam do conforto de um lar e de uma família para chamarem de sua”, declarou.
O órgão foi implantado pela gestão Emanuel Pinheiro (MDB), por sensibilidade a causa animal e ,mais do que isso, por reconhecer a causa como uma questão de respeito, saúde e política pública.
Desde sua criação, em março de 2018, a Diretoria atendeu mais de mil animais, dentre gatos e cachorros, e promoveu a adoção responsável de cerca de 300 bichinhos.
Além disso, foram aprovadas e estão em fase de regulamentação, seis leis municipais, sugeridas pela Bem-Estar direcionadas a causa animal: Lei 436/17 de proteção aos animais, Lei 6423/19 do protetor independente, Lei 6439/ 19 do animal comunitário, Lei 6492/19 de monitoramento através de câmeras em pet shop, Lei 6512/20 de circulação de veículo de tração animal em vias de perímetro urbano e Lei 6549/20 proibindo animal em corrente curta.
Todos os animais são entregues para adoção já vermifugados, vacinados e castrados.
Em caso de filhotes, o futuro dono assina um termo de responsabilidade se comprometendo a retornar com o animal, em período determinado, para que a Diretoria realize a castração.
A medida é uma das ações do órgão para reduzir a proliferação de possíveis animais abandonados.
A diretora enfatiza ainda que a pessoa, ao adotar um anima,l assume os seguintes compromissos: atendimento das necessidades físicas, psicológicas, ambientais e de saúde do animal; prevenção de riscos que ele possa causar à comunidade ou ao ambiente, como agressão, transmissão de doenças ou de danos a terceiros.
Essas e demais recomendações podem ser consultadas na Lei Complementar 463/2017.
Para agendar uma adoção, basta entrar em contato pelo telefone 0800 647 7755, de segunda a sexta, das 8 às 12h e das 14 às 18h.
As denúncias de maus-tratos a cães e gatos também podem ser feitas por meio do meio mesmo número.
Mas vale ressaltar que neste período de festas, as denúncias devem ser direcionadas para a Delegacia de Meio Ambiente (Dema).